Não quero dormir

Não pense que me seguram

sou enguia escorregadia

Sou borboleta

a lagarta jaz

cadáver

aguardando atos fúnebres

Posso dormir mas não quero

Eu quero as cores da alvorada

fazendo milagre em mim

O outro que me quer tola

a esse dou minha paga

deixa que te curo

Me dispo de meus passos

Não me venha com "converta-te"

Sou convertida à vida

E Deus, o Criador,

esse me assoprou

Norma de Souza Lopes