CRUZAMENTOS.

CRUZAMENTOS.

Estranhos cruzam do nada,

Harpias em seus vôos sobre vitimas

E na selva de concreto nada sou.

Tento alçar meu vôo,

Com asas a muito adormecidas,

Dormentes pelo descaso.

Entre as esquinas encontro apenas mascaras,

Tenho a visão limitada

Todos são estranhos

Esquinas por mim passam

Semáforos abrem e fecham

Meninas e meninos me cercam.

Pastilhas,

Malabarismo,

Gomas.

Meninas sorriem

Sorriso amarelo

Tremores na mão.

E eu ali parado observo

Tento ser normal

Vejo cabelos ensebados

Respiro ar, eles também

Aqueço-me ao sol, elas também

Alimento e defeco e eles também

Então por que tenho fibra?

Não vendo meu umbigo?

Não desfilo no sinal?

Orvalhos nas plantas

A menina na relva

Rompem o sol e morrem

Lagrimas nas faces

Agonia no coração

Nada parecem vaporá-los.

Demonstro e contrario

Onde esta meu sol?

Ergo a janela.

E dentro de meu carro sinto a loucura

Cavalgo meu metal a álcool

Percorro cruzamentos e viajo.

E cada vez que paro no sinal

Para que possa sair dali com vida

Vejo que a vida é a melhor herança que você pode deixar.

André Zanarella 20-07-2008