Bailar das Almas Enluaradas
Sabe a minha alma e, sabiamente confia
Espelho oculto, a lua, resplandecerá
Em tuas águas translúcidas do olhar
Silêncio que te arranca do peito
O fogo, sem lugar para aconchego
Na distância que emudece tua vista
Que dista e magicamente encandeia
Terás o brilho espontâneo e sóbrio
Dessa tua sempre lua, branca e cheia
Nada me darás, nada precisas me ofertar
Mas, se arrefeça o meu amor ao te tocar
E estremeça meu corpo, minha alma
Em seu longínquo e vago tatear
E, quando já não te forem os passos
Necessários e, nas areias do tempo
Restar o passado aurorescido e calado
Ao longo das noites frias, me colhas
... Apanha-me em lentas e alegres flores
Em perfumes aromáticos de chás
Note-me em lugares singelos, à parte
Onde outros olhos não atingem me adentrar
Nas ruas calmas da tua infância
Em frutas doces sob as árvores
D´onde teu sonho sempre retorna
Para me buscar
E quando tiver de vir venha
A qualquer tempo, venha sem previsão
Se lance em magia a me encontrar
E novamente crianças, dadas as mãos
Voaremos travessos, risonhos
Rumando à lua macia
Nosso sempre branco
E imaculado altar
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