LUTO COM AS PALAVRAS (ADA FRAGA)
o sangue escorre pelas veias,
a caneta vai serpenteando,
palavras saciam sede ceia,
e a fome, febre do quando?
versos nascem aos montes,
poemas vertem minha verve,
peso e leveza se expandem,
solidez e coragem revestem.
sou poeta, atiro-me à leitura,
como uma faminta à comida,
leio e releio e me transfiguro,
de Balzac, Baudelaire lido.
clássicos a contemporâneos,
abro amplo leque apredizado,
num mergulho pleno idôneo,
tento usar este belo legado.