SOLIDÃO RECONHECIDA

Reconheço quando estou só.

Vejo-me, sinto-me, paro

Para me encontrar.

Concerto meus avessos sentimentais

Arranco do peito minhas visitas sem estadia

Fecho a porta para as minhas ilusões

E reconheço o que

Deve habitar o meu coração.

Busco-me, me rebusco

Para me ser de verdade

E não viver robotizada

Pelas conveniências

Confinada no constrangimento.

Alienada a sapiências radicais

Enroscada em normas preestabelecidas

Estereotipada por padrões tradicionais.

Prefiro ouvir dizer que a loucura me define.

Quero-me eu para dar-me ou negar-me

Sem explicação ou falsos pudores.

Quero rir ou chorar para viver ou morrer inteira.

Fujo da razão que me enterra

E suga, de mim, a sintonia

Com o meu amor

Com a minha vida

Com a minha essência...

Quero sorrir, amar e

Vestir-me de sonhos

Já que, o querer e a minha essência

A razão, só uma parte

Do reduto da minha existência.

E a vida não e uma prova final

E um questionário diário

Que precisa ser revisto e respondido

Para confirmar ou desmentir as nossas certezas.

Reconheço quando estou só

E essa solidão aceita

E reconhecida

É o melhor caminho

Para aprender a me ser

Sem medo...

Marsoalex
Enviado por Marsoalex em 04/10/2010
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