Chega

Chega de ocultar tantos desenganos

E distrair ardentes emoções

Reformuladas dentre loucos planos

Sem fiel igualdade e proporção.

Chega de reinventar falsa lucidez

E abdicar da feliz liberdade

Mascarando a desfigurada tez

Sitiada de pérfidas e vãs saudades.

Chega, tornei-me agonia sem preconceito

Nos embriagados sonhos que sonhastes

Em meu próprio e perfumado leito.

Chega, agora vou despir-me do céu

Vou enterrar teu majestoso vôo

Nas ruínas deste poema cruel.

Denise Reis - CAPOSM