ESPUMAS BRANCAS

Rosas entreabertas das quimeras,
ébria de tantos abraços
no gosto do sal que envolve a pele,
nos dedos ávidos de laços
que dedilham em cada porto,
o cais dos teus traços
desvendando os mistérios singelos,
teu céu em compasso!

Pétalas soluçadas de fantasia,
num olhar além da linha
no pós dos dias,
que não se prendem ao nunca mais das entrelinhas
No sol que dissolve a escuridão,
renascendo em dourados raios a emoção
saliente querer reluzente que preenche de carícias o coração

E no corpo inteiro visto-me de teu corpo primeiro
no pertencer que não requer qualquer explicação
nos lábios que entrementes são dois rios certeiros
antes perdidos, nas águas do destino...sem exatidão

Me abstraio de mim, pertenço a ti
nas espumas brancas da água que nunca morre.
canto lacrimal ceifando o amor que corre
Na essência etérea das auroras do extremo das almas que escorre.









Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 03/10/2010
Código do texto: T2535598
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.