Abandono

Cama de papelão

Lama como cobertor

Trabalho intenso de estender a mão

Para olhos cegos e mentes cheias de torpor

Guarda-roupa de mentira

Gaveta de solidão

Cama sempre fria

Espelho sem compaixão

Sujeira impregnada na pele

Alma já encardida e machucada

Por fim já morreu falta quem vele

O ser ferido onde não há esperança que se resume em nada