Dueto com o Tempo
Querido Tempo,
Hoje lhe escrevo cercada de duvidas:
Por que parou?
Cometi algum erro?
Você se foi para sempre?
Letícia, não deveria lhe responder,
Mas a verdade é que parei,
Desisti de você.
Resolvi lhe deixar de lado,
Para que assim pudesse
Planejar o futuro perfeito,
Para vivenciá-lo no ano que passou...
Senti-me inútil diante de seu pensamento,
Você pedia para a madrugada
Se eternizar e assim me fazer parar.
Percebi também por seu olhar,
Pela aflição que sentia,
Ao me ver passar...
Seu egoísmo me imobilizou,
Mas quero que saiba
Que não participei de sua vida
Para lhe aproximar do fim.
Neste mundo, tenho a função
De incentivar a humanidade
Há aproveitar cada minuto
Como se fosse o último...
Não sabe se cometeu erros?
Todos cometem ninguém é perfeito.
Quer saber se meu adeus foi definitivo?
Essa decisão entrego em suas mãos.
Afastei-me para lhe fazer refletir
Sobre suas vontades, pensamentos...
Agora é com você Letícia,
Quer que eu vá embora,
Para que possa criar sua máquina do tempo
E assim voltar ao passado?
Quer que eu permaneça aqui
Para lhe ajudar a viver?
Responda agora, não posso perder tempo...
Estou passando...
A decisão é difícil,
Gostaria de um tempo para pensar,
É complicado escolher entre o ontem e o amanhã.
Queria unir imaginário e real num só mundo,
Mas vejo que é impossível,
Assim como outros objetivos que tenho.
Entre Tempo e sua ausência,
Escolho a ausência,
Creio que é mais fácil perder por opção,
Tenha meu coração como único culpado...
Espero que me compreenda,
O tempo me impedia de voltar ao passado,
Sempre me prendeu a realidade,
Me fez crer na impossibilidade do possível.
O tempo também passa, vai embora,
Então é melhor não adiarmos sua partida,
Siga seu caminho,
Deixe-me aqui com o passado,
Que por ser desconhecido do mundo
Jurou ser eternamente meu...