Esmalte
não interessa chorar
pequena garota triste
cristais esmaltados
nas tabernas da minha
solidão
não se vá agora
que era hora
de me redmir
aquele pássaro
me deixou
sem imagens
de outro sol
tem óleo
na minha pele
e meu peito
em calos
as unhas depressivas
e as mãos cansadas
de escrever
de comer
de preencher
de arrumar
e recolher
e juntar
o que se quis
perder
tem um espirito
na vitrine
daquele prédio
de dezembros
coagulando esse
espaço esse pedaço
de tempo e céu
que pausado
em neblina
rouba e luz
de um sorriso qualquer
de um passado
que nunca soube
o seu lugar
de outro dia
outro arrependimento
olhando para trás
desejando voltar
atrás
só me resta chorar
pequena garota
triste
tem óleo
nas suas penas
pequenas
quantidades
de ilusão
pequena
tristesa
cristal esmaltado
fagulha recanto
trabalho de uma
pobreza da manhã