Neblinas

A chuva bateu forte sobre a cidade

eu que caminhava tive que parar,

Abrigar-me sob o toldo,

Onde todos fumavam e falavam desaforos,

percebi que tudo estava neblinado, nebuloso.

A cidade, as pessoas...

Eu estava incoberta pela neblina,

uma neblina densa e desproposital.

As pessoas caminhavam apressadas

e pareciam parasitas se esgueirando,

desprotegidas como eu.

Não havia nada,

senão a enxurrada que puxava tudo

apressava os passos das pessoas

que pareciam tão vazias. Como eu.

Como eu, estavam sob a neblina,

mudando o ritmo de suas condutas,

por conta apenas de uma tempestade primaveril,

que chegou sem aviso e mudou as coisas de lugar,

todas as coisas na vida daquelas pessoas,

como se fosse um tumor.

Sujeitados como eu!

Cristhina Rangel.

24.09.10

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 02/10/2010
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