Farsa
Vejo-te pelas translúcidas janelas dessa casa onde habitas.
O que de ti é legítimo?
O que de ti é farsa?
O que em mim é farsa?
O que em mim é legítimo?
Só sei que coube a mim mirar- te
em tão estranha janela.
Ver- te encenar em um palco de cristal
o teu papel de anjo caído,
que caminha sem saber o que procura,
Sem ver que cada ato é tormento e angústia dilacerante
Massacrando a louca alma que te ama.