Sina de Poeta

Mágica e estranha a sina do poeta.
Ver o mundo virar palavra.
Deixar o olho fotografar a vida.
Digerir todo dia a si mesmo.

Sentir o ar se encher do sentimento mudo.
E esperar.

Esperar para ver se o verso veste palavra.
Esperar até as palavras rodearem devagarinho.

Até o texto vir inteiro e forte.
Até as palavras se esparramarem, cristalizadas, no papel.

E, enfim, ser igual a toda gente.

(Agosto de 2009)
 Nota: Estou reeditando este texto... publiquei no meu primeiro mês aqui no Recanto, mas o título estava ruim.