CARTOGRAFIA...
CARTOGRAFIA
Deixo que a vida desenhe em minha face
o mapa da alegria, do amor, da tristeza e da saudade
e quando a pele criar rios
lagos
mares
estará pronta
a geografia
da infinidade
CIVILIZADA
Serei sempre intransponível
fortaleza
montanha
mesmo que dentro de mim
se desespere um rugido
de fera
civilizada
ESCUNA
Perguntarei às águas do oceano
se esperam que eu consiga
ser mais que esse verde
mais que a espuma
mais que Netuno
nesta desorientada
escuna
A GARÇA
a garça
um ponto branco
tão longe ia
que a vi
imóvel
ACAMPADA
é na linha do horizonte
que não está
o que insiste em engendrar
a ilusão
acampada
por trás das barricadas
protegendo-se
dos ataques
da paixão
CATARSE E OSMOSE
catártica e osmótica
é a poesia
sob qualquer análise
ótica
***
Ilustre participação da poeta DALVA MOLINA (assinante do site RL) nesta página:
Sentimento mapeado mora aqui
em todas as instâncias!
Da garça que voa distante,
imóvel já, à escuna
desenhada em palavras flutuantes,
do rugido da fera embrutecida
à suavidade da linha do horizonte,
onde habita a ilusão acampada!
poesia catártica,
poesia osmótica,
sob toda e qualquer ótica,
poesia do perto e do distante,
poesia da infinidade
e do amor que se transpõe.
***
Aqui os versos do suboficial carioca, JORGE LUIZ DA SILVA ALVES (assinante do site RL). CONTINÊNCIAS POÉTICAS!
e aqui estamos:
na dança sinuosa das falésias,
no recorte agulhado dos fiordes,
nas ressacas inconstantes da alma inquieta,
aqui estamos:
saborosa geografia das palavras,
despertando ciúme
num ecúmeno inteiro
e dilata meridianas latitudes de paixão
nos bem cartografados versos
desenhados pelo Vaza-Barris
***