Pelo simples prazer de fazer!
...e a poesia que transbordava em nós, desatou?
Rangia feito carroça velha, num vaivém de fazer tontura em estômago vazio. Sentava ali todo santo dia, na mesma hora. Papel e lápis na mão. Seguia com os olhos aquele movimento e nele se embalava. Cingia-lhe sua cintura e seus olhos, marejados de suor, despiam as folhas ainda inocentes na arte de criar.
Não, não sentia medo dos nós que davam em sua cabeça. Oca, diziam. E daí? Quantas coisas lindas já vira num pau oco! Quantas!
E desandava numa correria de escrever onde os longos cachos depositavam seu aroma em cada palavra ali debulhada. E ela ria dos dedos que pareciam de molas..nhoc, nhoc, nhoc...
Freava os versos com os pés que levantavam fina poeira e numa sacudida de saias, debandava campo afora espalhando poesia ali gerada.
Escrevia para o vento, para os amores de esquina, escrevia para a lua que beijava o sol ao meio dia, num lugar onde ninguém os via, escrevia pro além, além de nós desatados na emergência de se fazer poesia!