Nunca mais olhei as horas
mesmo antes de ti
o vento soprava como uma sinfonia
tudo que consigo pensar
(segue arrumado e bonito)
dentro da caixa no armário
lembra a chuva
e uma agenda agitada
comprada na concorrência
(nem frágil, nem temporária)
basta me aproximar do armário
sentir sua respiração
rastejando dentro da caixa
como celular angustiado
pouco importa...
(é que somos a mesma pessoa)
nela guardo
as partilhas de alma
no café da manhã
o calor de seus braços
a cor, o ar e o sabor...
as roupas suas não estão
(jamais voltou, nunca morreu)
Vania Lopez