Nunca mais olhei as horas

mesmo antes de ti

o vento soprava como uma sinfonia

tudo que consigo pensar

(segue arrumado e bonito)

dentro da caixa no armário

lembra a chuva

e uma agenda agitada

comprada na concorrência

(nem frágil, nem temporária)

basta me aproximar do armário

sentir sua respiração

rastejando dentro da caixa

como celular angustiado

pouco importa...

(é que somos a mesma pessoa)

nela guardo

as partilhas de alma

no café da manhã

o calor de seus braços

a cor, o ar e o sabor...

as roupas suas não estão

(jamais voltou, nunca morreu)

Vania Lopez

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 30/09/2010
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