UMA QUESTÃO DE TEMPO
Eu
Digo mentiras verossímeis
Que vão em direção ao acaso
Como se fossem labirintos
Diluídos na memória
Interferindo na realidade
Assumo a desordem das coisas
Captando a solidão dos instantes
A solidão que existe
Nos líquidos que escorrem pelo corpo
Quando tudo caminha
Na direção do vazio
Eu
Hesito entre o som e a soma dos estilhaços
Entre a textura e a densidade
Entre o silêncio e o grito
E todas as´possibilidades se esgotam
Tudo passa a ser uma questão de tempo
A percepção do azul
Se cristaliza no tudo ou nada
Da nossa esperança.