Ser poeta

Um poeta sem ousadia

É como um pássaro de asas cortadas

Liberdade tolhida

Angústia de sonho

Sonho de voar

Ainda que seja o voo cinza e sem graça do pardal

Mesmo assim é voo e vislumbra alturas

Se delas o desaloja a pedra da atiradeira

Mantém abertos os olhos enquanto cai

O poeta fica triste, deprime, chora

Mas é feliz

Quando o choro faz sentido

Se redime sua culpa perante o mundo

Um poeta não é cristo

Mas carrega também sua cruz

Nela sua

E sorri

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 30/09/2010
Código do texto: T2529219
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