Ser poeta
Um poeta sem ousadia
É como um pássaro de asas cortadas
Liberdade tolhida
Angústia de sonho
Sonho de voar
Ainda que seja o voo cinza e sem graça do pardal
Mesmo assim é voo e vislumbra alturas
Se delas o desaloja a pedra da atiradeira
Mantém abertos os olhos enquanto cai
O poeta fica triste, deprime, chora
Mas é feliz
Quando o choro faz sentido
Se redime sua culpa perante o mundo
Um poeta não é cristo
Mas carrega também sua cruz
Nela sua
E sorri