Desamor
Aguida Hettwer
Cegaram-me os olhos, com os desamores do mundo,
Partiram-me ao meio, com desprezo,
Fugiram desgarrados pelo vento, em território imundo.
Lanças afiadas cortam-me em desenganos, menosprezo.
Rolaram-me sobre a lama, pisotearam-me a cabeça,
Sangra, queima a alma por dentro,
Pranto doido, choro contido, alma desfaleça.
Gritos, medos noite adentro.
Estendo as mãos, suplico ajuda, recebo castigo,
Geme minhas dores latentes, perco-me em pensamentos,
Livres ao vento, soam os clarins, eis que estás comigo,
Quebram as algemas, sinto leveza dos sentimentos.
O corpo exausto encontra abrigo, em outro plano vagando,
Homens sem juízo, em açoites a mente perturbando,
Dilacerando aos poucos, aprisionando,
À hora do juízo apenas aguardando.
22.09.2006