Creia-me pétala solta,
em busca de alguma cor,
pálida que seja,
feito o avesso de petúnias
lutando contra vidraças
opacas e ásperas,
Contra o tempo
que sufoca e esmaga segundos,
rápido
e traiçoeiramente.
Como se nada mais houvera acontecido
além dos voos descomprometidos
de borboletas vadias
que tatuam portais
e se vão,
sem ao menos dizer adeus.
Creia-me ,
Poeta que canta sonhos
em gaiolas de algum amor distante.
Perdida em lembranças
tornei-me apenas um pássaro afônico.
Nada mais.