Beijo a boca suja da dor

para sentir o travo amargo

da putrefata vida



Piso nos ridículos sonhos

Despeço-me dos dias risonhos

Lambo minhas feridas





Diante do sepulcro do dia

rezo o terço da agonia

Despeço-me da estúpida ilusão





Rasgo o ventre da solidão

desato as algemas do coração

Corto as asas da poesia!





Faço um inventário das fantasias

Sou senhora do meu tempo

Não tenho medo dos nós da vida!

Recife 20/04/2006












Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 29/09/2006
Código do texto: T252633