PESCADOR

Que o mar não te devore

mas que te devolva

são e salvo

com o nosso pão e peixe

de cada dia

mais um suspiro de alegria.

Para que possamos brincar

outras tantas vezes

em nossa praia.

Não, que o mar não mude

da forma de calmo tapete,

manso corredor.

Que ele não torne

alçapão, guilhotina

- prisão -

que ele lhe seja como irmão.

Para que, juntos,

lavemos nossas roupas,

nossos corpos,

nossas almas...

Não!

Que o mar não perca

a calma

mas seja paciente contigo:

Que ele te dê abrigo

e lhe seja sempre amigo.

Que o mar não lhe traga

medo

nem a ti, nem a nenhum outro

filho de Pedro.

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 17/06/2005
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