PESCADOR
Que o mar não te devore
mas que te devolva
são e salvo
com o nosso pão e peixe
de cada dia
mais um suspiro de alegria.
Para que possamos brincar
outras tantas vezes
em nossa praia.
Não, que o mar não mude
da forma de calmo tapete,
manso corredor.
Que ele não torne
alçapão, guilhotina
- prisão -
que ele lhe seja como irmão.
Para que, juntos,
lavemos nossas roupas,
nossos corpos,
nossas almas...
Não!
Que o mar não perca
a calma
mas seja paciente contigo:
Que ele te dê abrigo
e lhe seja sempre amigo.
Que o mar não lhe traga
medo
nem a ti, nem a nenhum outro
filho de Pedro.