Meu diário
Ah! O meu diário!
Escrevi quando menina, quase mocinha.
Nele guardei meus maiores segredos.
Confissões que não fiz nem a melhor amiga.
Algumas na minha imaginação eram contáveis
Outras com certeza levar-me-iam ao inferno.
Hoje, revendo os escritos guardados, vejo que
são bobos, coisas infantis, nada que a criançada
atual, não saiba, não leia ou veja nos canais
televisivos à hora da Ave Maria.
Nele contei minha primeira paixão, que devia
ter o dobro de minha idade e que com certeza
nunca soube que existi.
Guardei nele também a impressão do meu primeiro
e escondido beijo, que por sinal não gostei.
Relendo os pensamentos transcritos naquele caderno
amarelado vejo quanto de bom teve o meu tempo de
boba, gostava de voltar e refazer o caminho.
Talvez não mudasse nada ou quem sabe mudaria tudo.
E quem sabe no meu presente futuro estaria dizendo o
mesmo que digo hoje.
Ah O meu diário!