Saudade & Solidão
Esther Ribeiro Gomes
'Não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...'
(Florbela Espanca)
Uma lágrima desce, teimosa,
umedecendo a face envelhecida
de tantas emoções vividas
que se perderam no tempo,
voando nas asas do vento...
Saudade que transborda do coração,
dos sonhos sonhados na ilusão
que aquela felicidade não iria acabar
e as lágrimas não teriam que chorar...
Saudade dos momentos de outrora
que o tempo levou embora,
mas na memória permanecem eternos
e hoje aquecem meus invernos...
Saudade, bálsamo da solidão
que teima em ferir meu coração
e suaviza meus tristes outonos
que chegam, inexoráveis, a cada ano!