O POETA ABANDONADO
Sou um poeta que não sabe o que é amar.
Que brinca com as palavras como gente grande.
Sou o poeta da liberdade. Da diversão.
O poeta solitário, abandonado, carente, insaciável.
Sou o poeta dos amores mal acabados.
Das paixões mal resolvidas. Das mulheres fáceis e carentes.
Sou um poeta que não recita seus versos pelos ares,
Mas sempre tem uma frase ou palavra ao pé do ouvido.
Sou um poeta do povão. Dos miseráveis. Ignorantes.
Dos esquecidos, porém fieis e verdadeiros.
Sou o poeta da noite. Da insanidade arrepelante da luz do dia,
Dos delírios e arrepios na madrugada.
Sou poeta dos solitários, dos incessíveis, dos farristas.
Dos vagabundos. Dos arrependidos.
Sou poeta também dos românticos. Dos apaixonados.
Dos pensantes. E de todos que curtem poesias.
*Texto publicado no Blog "Cantinho do Leitor" (http://condeuba2.arteblog.com.br/) no dia 20 de fevereiro de 2010.