Conflito: O que verdadeiramente quero?

CONFLITO: O QUE VERDADEIRAMENTE QUERO?

Venho não sei de onde

Acompanhada por mais um anjo

Que desceu do céu

Para não me deixar sozinha ao léu...

Sinto na pele

O calor do sol

Que com seu brilho dourado

Aquece até minh'alma atordoada...

Sigo andando

Admirando o horizonte

O que vem mais adiante

Não sei...

Só enxergo o que está à minha frente

O que às vezes, não me é tão atraente...

Carrego na mochila apenas o necessário

O extraordinário sempre pesa e é demais

Ando por ruas empoeiradas

Por ruas calçadas

Sempre olhando para frente

Em busca de algo que me faça contente...

Deparo com as belezas naturais

Montanhas e picos

Riachos e rios

Todos cumprindo sua missão

Que ao serem vistos por mortais

Chegam a causar emoções...

Riachos vão se encontrando

Juntando e formando rios

Que unirão a outros rios

Que se fortalecerão

E no mar desaguararão...

O mar se alegra com a chegada

Das águas doces e desejadas

Ele, profundo e estrondoso

Levanta seus "braços" fortes

Formando lindas ondas

Que vão pra lá...voltam pra cá...

Dando boas-vindas às doces águas

Que acabaram de chegar...

O sol e a lua

Cada um em seu "lar"

Vibram com a alegria do mar

Que não deixa de comemorar

Por colocar em seu peito

Numa sensação ímpar

Um pouco de água doce

Que ele zela por um instante

Antes que ela se torne igual

Às águas das quais ele é formado

Cheio de componentes

Que o deixa para sempre salgado...

Continuo a andar

A natureza contemplar

Seguindo sempre olhando para frente

E não quero parar

Pois, necessito caminhar

Caminhar, caminhar...

Mesmo precisando parar

Para descansar... paro...

Paro para descansar

Deito em qualquer lugar

Fecho os olhos e durmo

Sonho um sonho necessário

Que me cai como um agasalho

Que aquece minha alma fria

Sedenta por alegria...

Acordo assustada

Volto agora para a minha realidade

Reflito sobre meu mundo

Vasculho lá no fundo do meu coração

Com uma escavadeira

Retirando aos poucos

Todo lixo de uma vida inteira

Numa atitude constante e desgastante

À procura do ouro ou do diamante

Que sei que está lá guardado

Mas que outrora foi sufocado

Pelas mazelas da vida...

A vida não fez isso comigo

Eu quem fiz isso com minha vida

Deixei que me machucassem

E que as dores se acumulassem

Alojando em meu coração

Enormes feridas e emoções desconhecidas...

Todos os dias uso a escavadeira

Estou livre de várias sujeiras

Estou prestes a ver o brilho da jóia

Que fará reluzir o que de belo

Sempre esteve em mim

E que a muito não pude "Exibir"...

Continuo minha caminhada

Numa grande jornada

E não me dou o direito a parar

Porque sempre desejarei estar

Buscando caminhos

Que possam me alegrar.

Tetéia Sempre.

27/09/10