Não veio trazida no vento
A palavra da aquietada poesia
À inspiração nenhum alento
A imaginação se foi, vazia
Havia um verso sedento
E um poema faminto havia
Fadados a morrer ao relento
No cruento de uma noite fria
Vazia, escura e sem vento
 
E outrora a alma bem sabia
Como buscar o seu intento
Outrora ela jamais esqueceria
A falsidade do que não invento
E todo vento se faria poesia
Plena de emoção e sentimento
Mas agora é dessa agonia
Que tiro o meu sustento
Meu néctar e ambrosia
 
Tivesse que dizer, não diria
O tamanho do sofrimento
Tivesse que fazer, eu faria
Um canto sem esse desalento
E se pudesse até acreditaria
Na beleza desse momento
Mas agora o que morre é a poesia
No instante assim mais cruento
E se eu quisesse, eu calaria
A palavra trazida pelo vento
No que não invento na poesia...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 27/09/2010
Reeditado em 01/08/2021
Código do texto: T2523509
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