A SEMANA E O SEU FIM
as escorregadias armadilhas de moral inlícita
vem nos espasmos de orientação intelectual
salvo aqueles que roem os dedos na falta de comida
leves vândalos de alma pequena
os sábados são melhores que os domingos atômicos
sono pesado e intranquilo, sonhos invendáveis
em meados de 1984, notas musicais graves
travesseiros amassados cheios de baba e cabelos
loira pequena e extridente, na sexta-feira, grava em minha pele sua sigla
crava os dentes , rasga a camisa listrada de suor prático
só as mãos querem passear nos caminhos quentes do seu corpo
são beijos e mordidas, abraços cheios de desespero, de calor e sal
na volta pro quarto, bolsos vazios
ainda existem cigarros amarrotados procurando chama verde
passos cheios de sons introvertidos
revelam o cansaço e a desilusão de que tudo agora, neste momento
volta a ser solidão.