Prova
Peço água
dos céus, para beber
dos mares, para me banhar
de Deus, para a alma
Escrevo com linhas curvas
com palavras, algumas duras
algumas fracas, algumas puras
Prescrevo com o tempo
Reescrevo com os dedos
com a memória, com apreços
com folhas eu esclareço
o que os olhos me fazem pensar
eu esqueço, e as vezes recebo
perdidos fios de tênues impressos
coisas guardadas, a muito aclamadas
presas mas prontas para sair e à mente abrir
força, me apresento a ti como a água
pois sim tenho apreço da afronta a que me submeti
Nao penso só agora, mas assim descrevo
preciso, perdido
Percebo, e assim preciso
escrever aquilo que vivencio
presencio, ou mesmo esqueço
porque este é o preço
perdoar a si mesmo
e ao cume nao se desviar