O CANTO E O ENCANTO DA TERRA
O CANTO E O ENCANTO DA TERRA
Mãe gentil e generosa
Seio infinito, seleiro bendito
Teu ventre expulsa a morte ao trazer a vida
A semente morta, o campo verde
Adubada em sangue
Cultivada no suor
Suor que irriga tuas entranhas
O sol que te ilumina é o mesmo que rasga a pele de quem a cultiva
A água que te banha, refrigera o canto de um rosto incrustado do santo pó
Quando eu cheguei...estavas aí
Seus donos são poceiros
De todos os elementos somente tu é propriedade de herdeiros
Geradora de riquezas e desigualdades
Berço de paz...campo de crueldade
Em teu nome deram a vida
Por tua causa causaram a morte
Transgenia dos sonhos sociais
Tê-la de volta, para alguns...nunca mais
Autora do pão nosso de cada dia
Razão entre a fartura e a fome doentia
Teu cheiro...
Perfume caro...comprado ao preço de vidas
Genitora de tristes partidas
Eternas despedidas
Se te dessem voz
Clamaria Ao Autor da vida
Serias redentora, ao invés de oprimida.
Sérgio Ildefonso Maio/2004
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