Madrugada

Boa noite madrugada.

O sono me abandonou.

A multidão calada,

No silêncio estou.

No céu a lua prateada,

O firmamento estrelado.

Ficaste cega madrugada!

Não vejo minha amada.

Ó altas constelações,

Fria noite de luar.

Murmura antigas canções,

De cegueira não queres me olhar.

A ermo me sinto,

Na solidão tropeço.

Complexo castigo do instinto.

Tua imagem não esqueço.

Prefiro não acordar

Para não estar sozinho.

Não quero ver estrelas falar,

Nem ficar no escurinho.

Madrugada quero distância.

Parece o ritual da morte.

Período da sonolência.

Entre o sul e o norte.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 25/09/2010
Código do texto: T2520334