CORPO, CABEÇA,CORAÇÃO
quem dera desse turbilhão de versos
surgissem os mais sublimes verbos
e de todos os substantivos o mais belo
aqui pudesse florescer à justa sombra
quem dera pudesse eu tecer loas
a todas as coisas verdadeiramente boas
e obter de um parágrafo rico não obstante singelo
o descanso do corpo sobre a alfombra
e nada mais seria como antes
me entregaria a sonetos navegantes
à prosas de intensa alegoria
repletas de cores e suspenses
e nada mais seria como agora
encheria meu coração sem demora
de versinhos infantis e doces cantorias
agregando tesouros a meus parcos pertences