Versos sem emancipação
Li-te, como se nada mais tivesse para fazer
Mas, o poema queimava nos meus dedos
Já, os meus olhos vertiam salobras águas
Coisas da emoção, sem qualquer sentido
Ou, talvez, versos sem emancipação
Virei a página, na esperança de não sentir dor
Mas, as palavras eram todo o teu melhor
Já, me esquecera o dom da tua eloquência
Coisas que o tempo resfria sem razão aparente
Ou, apenas, quisesse eu mostrar-me indiferente
Tomei coragem, rasguei o lirismo dos teus versos
Mas, no chão havia sobras de momentos adversos
Já, as partículas sobrevoavam os ventos da desilusão
Coisas que transcendem um simples e humano coração
Ou, talvez, a poesia seja apenas mais uma decepção
No fundo, no fundo…eu sei bem que não!