eu, líquida
nem mesmo sei
por quem o destino sopra
ele é volúvel
e - num átimo -
lança vapores
de amores lúgubres
doçura em farpas
flechas arteiras
depois desvela
espumas lancinantes
de horas suspensas
saudade intensa
e eu fico líquida
escorro pelas entranhas
oculto o vício
teço artimanhas
pra disfarçar
esta cizânia