Lua quebrada.

Nesta cidade cinza

Neste quadro quebrado.

Na moldura sem tela

A lua sempre procura

A beira do meu telhado.

Eu fico com tanto medo.

Que ela escorregue na telha

Visto que ela é torta.

Lisa, um chão molhado.

Pode morrer deste tombo.

E morra aqui do meu lado.

O medo não é da morte.

O medo é do meu fado.

Ter que colar pedaços

Sem deixar ficar quadrado.

E mais.

Eu terei que carrega-la

Até no alto do monte.

Depois com muito cuidado.

Gruda-la bem no horizonte.

Aonde o céu tá juntado.

Mas o melhor desta história.

E vê-la seguindo estrelas.

E vê-la cor de cerêja

Espiando a noite inteira.

Os beijos dos namorados.

26.04.08 12:00

Hermes Brasil
Enviado por Hermes Brasil em 24/09/2010
Código do texto: T2517398