Lua quebrada.
Nesta cidade cinza
Neste quadro quebrado.
Na moldura sem tela
A lua sempre procura
A beira do meu telhado.
Eu fico com tanto medo.
Que ela escorregue na telha
Visto que ela é torta.
Lisa, um chão molhado.
Pode morrer deste tombo.
E morra aqui do meu lado.
O medo não é da morte.
O medo é do meu fado.
Ter que colar pedaços
Sem deixar ficar quadrado.
E mais.
Eu terei que carrega-la
Até no alto do monte.
Depois com muito cuidado.
Gruda-la bem no horizonte.
Aonde o céu tá juntado.
Mas o melhor desta história.
E vê-la seguindo estrelas.
E vê-la cor de cerêja
Espiando a noite inteira.
Os beijos dos namorados.
26.04.08 12:00