Primeira pessoa

Sou pai, sou filho,

Religioso sem religião.

Eu sou somente um coração sofrido,

A agonia de uma paixão.

Sou mar revolto, estrela sem luar,

O cão que morde solto

O penso do pensar

A inocência do atoleimado.

Sou chuva intensa no chão já molhado.

Do querer eu sou o quis,

Do saber, também o que não fiz.

A vontade incontrolável de cantar

Uma canção que fiz quando criança

Numa visão do “quem espera alcança”

Sou só e puramente um homem.

Justino Francisco
Enviado por Justino Francisco em 23/09/2010
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