Água

Quero essa tua inquietação desordenada

incapaz de se aquietar, dominar pela paixão suspensa

em balões coloridos voando sem rumo, relembranças de ocasos

expectantes e evaporados contra penhascos,

ao som de música conhecida, reconhecida mesmo no barulho em redor,

envolta nesse mágico despertar

de lirios em campo selvagem banhados pelo rio furioso

perfumado de rosas silvestres,

dispersas

pelas margens acorrentadas nas subtis raízes

arrancadas.

Quero-te assim louca, demandando,

procurando razões irracionais repletas de nadas

como se tudo sempre recomeçasse novamente

envolvido pelo cheiro de maresias em mar aberto,

calmo,

sossegado sem ondas,

afinal és vida!