ENCANTOS

Um doce balanço

Em leve remanso

Tal águas do mar

Sob vento parado

Não canso de olhar

O teu caminhar

De rio ondulado

Desviando da ilha

Que maravilha

O sol, pobre coitado

Perde o brilho em seus olhos

As Jubartes de Abrolhos

Calam o canto

E acabam o encanto

Perto de ti

Eu nunca vi

Beleza tão meiga assim

Cabelos soltos ao vento

Exalando o perfume

De suave jasmim

Contrastando com o cheiro forte

Da terra meio molhada

Pela garoa que acabou de cair

E molhou sua blusa branca

Deixando à mostra a estampa

Que você não queria exibir

Culpa dos seus braços cruzados

Que não souberam cobrir

Mas mesmo assim

Você percebe e começa a sorrir

Um sorriso aberto de alto mar

Deixando escapar

Uma leve risada

Mas sem censurar

Quem sabe zombando

Por eu não parar

De te olhar caminhando

Mas é impossível não olhar

Ela parece flutuar

Como um veleiro atracado

Nas águas mansas da praia

Igual às velas sua saia

Balança ao sopro do vento

Descobrindo suas coxas morenas

De pelos dourados por um creme qualquer

E eu cá no meu canto

Me rendo aos encantos

Dessa linda mulher

sander
Enviado por sander em 23/09/2010
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