ÁGUAS PERDIDAS

Lágrimas de tristeza, profunda tristeza.

Teu pranto formava uma lenta cachoeira

e tua linda face nela se escondia.

O vento, que entortava os galhos das macieiras,

fazia o mensageiro tocar suavemente na varanda,

como que querendo confortar tua alma.

Quando uma pétala de rosa caiu no jardim,

teu raro sorriso apareceu;

as bicas, quase secas, renovaram suas águas

e as fizeram abundantes em tua homenagem.

Teu corpo tornou-se leve e teu espírito voava

com os pássaros, com o azul do infinito.

A natureza celebra a paz,

pois tu és filha das águas

e teu pranto não mais terá razão de existir.

O mistério, porém, não se cala: por que tu choravas?

JONAS AUGUSTO

Academia Betinense de Letras
Enviado por Academia Betinense de Letras em 23/09/2010
Código do texto: T2515812