ÁGUAS PERDIDAS
Lágrimas de tristeza, profunda tristeza.
Teu pranto formava uma lenta cachoeira
e tua linda face nela se escondia.
O vento, que entortava os galhos das macieiras,
fazia o mensageiro tocar suavemente na varanda,
como que querendo confortar tua alma.
Quando uma pétala de rosa caiu no jardim,
teu raro sorriso apareceu;
as bicas, quase secas, renovaram suas águas
e as fizeram abundantes em tua homenagem.
Teu corpo tornou-se leve e teu espírito voava
com os pássaros, com o azul do infinito.
A natureza celebra a paz,
pois tu és filha das águas
e teu pranto não mais terá razão de existir.
O mistério, porém, não se cala: por que tu choravas?
JONAS AUGUSTO