POEMA DA BUSCA ETERNA

Meus olhos vêem versos

Que da boca teimam

Em não sair.

Tento aprisioná-los em fotografia

Para que se tornem eternos;

Tento transformar a poesia solta

Em visível, colar o Belo

Na matéria, encontrar o vértice

Entre o concreto e o abstrato,

Achar a ponte entre a carne e a alma, ligando-as

Entre a ponta do grafite e o papel...

Desejo unir a aurora e o lusco-fusco

Numa única página,

Quero apalpar a Poesia, sem permitir que ela escape

Por entre meus longos dedos pálidos,

Mas Ela, a Poesia, continua lá,

Insistindo em ser livre

E não reagindo com as pautas

De meu caderno...

Eis a feliz sina do Poeta:

Passar a vida tentando,

Em sua Busca Eterna,

Tocar as Belas Coisas

Para que Elas permaneçam intocáveis.

Recife, Madrugada de 28/09/06

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 28/09/2006
Reeditado em 02/10/2006
Código do texto: T251526
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