POEMA DA BUSCA ETERNA
Meus olhos vêem versos
Que da boca teimam
Em não sair.
Tento aprisioná-los em fotografia
Para que se tornem eternos;
Tento transformar a poesia solta
Em visível, colar o Belo
Na matéria, encontrar o vértice
Entre o concreto e o abstrato,
Achar a ponte entre a carne e a alma, ligando-as
Entre a ponta do grafite e o papel...
Desejo unir a aurora e o lusco-fusco
Numa única página,
Quero apalpar a Poesia, sem permitir que ela escape
Por entre meus longos dedos pálidos,
Mas Ela, a Poesia, continua lá,
Insistindo em ser livre
E não reagindo com as pautas
De meu caderno...
Eis a feliz sina do Poeta:
Passar a vida tentando,
Em sua Busca Eterna,
Tocar as Belas Coisas
Para que Elas permaneçam intocáveis.
Recife, Madrugada de 28/09/06