Acolhida

Eu sabia que virias...

E sobre cinzas refiz santuários

Sobre escombros reconstruí

Entoei cânticos, hinos

Cultos e ritos preparei em tua homenagem

Ah, para reverenciar-te obeliscos ergui

E cunhei tua imagem em meu relicário

Ah, eu sabia que virias

E serias assim, tal qual imaginei

Tão simples, tão amável

Exalando perfumes, sonhei...

Eu sabia, não me enganarias

E em tuas cercanias resguardei-me

Incansavelmente, a esperar por ti

À distância, um amor platônico

Na tua ausência senti e,

Na imaterialidade física, imenso amor, vivi

Eu sabia que virias...

Ah, como sonhei... e, acariciei, beijei

Admirei imagem surreal, sorri para ti

Ah, atravessei os rigores do inverno

Chorei os frios, senti suas dores

E não desisti...

Enxuguei meu pranto e fui feliz

Na espera que te fiz,

Eu sabia que virias...

Hoje ao contemplar teu rosto

Estampado nos campos, nos jardins

Nos descampados, em todo lugar, enfim

Sinto teu cheiro, vejo teu florido olhar

De todas as cores e as nuances todas,

Pois, sem pedires licença, chegaste

E eu sabia que virias...

Sim, virias para me fazeres feliz,

Inundares a Natureza, inundares o meu ser

Com essa vida nova que fazes acontecer,

Extasiada... então, o que faço?

Ah, eu te sinto... sinto e,

Acolho-te!

Enfim, chegaste

Linda Primavera!

Sê bem vinda, sede bela!

Valeu a espera...

Pois, eu... eu sabia que virias...

Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 22/09/2010
Reeditado em 25/09/2010
Código do texto: T2514769
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