O Futuro
Saber da Estrada o que nos espera
Dela, em cujas margens pranteiam desistentes
Sorvendo da ilucidez própria o calmante dos ausentes
Não é o ilusório repertório das previsões inconsequentes.
Saber é percorrer-lhe as ignotas veias
Sem cessar inventariando o amanhã
Com o prazer ao mais amar o agir,
Que ao malogro do esperar
Agir, de fato, na sinuosa comparsa de nossos passos - estrada,
Com que o amanhã não espere, se faça.
Não de tolo ou talvez
De fato ! Altivez !
De pronto fundir,
como árvore e raiz,
o presente e o futuro,
tal o rio ao mar se vai unir.
Desde o berço o futuro
No futuro de agora
Que hoje se faça
Ou não haverá, senão a lacuna de se não ter feito.
Que o regaço e o colo,
viagem sem fim, para sempre,
no crescer eterno a balouçar sementes novas,
que nunca se acabem, na infinita estrada de mim.