Enigmático

Num impulso que tive

Meu corpo me levou

Num pequeno declive,

Não sei para onde vou.

Navegando nas asas do tempo,

Rompendo as núpcias da morte,

Alguém acena contra o vento

Entre o destino e a sorte.

De longe o mar na janela,

Ninguém pensa como eu.

Imaginei ter visto ela,

Mas seu corpo desapareceu.

Vi as nuvens penteadas,

Destilando lágrimas e cristais.

O mar do sol amarelado

É o sonho dos imortais.

Estou perto do infinito,

Próximo a relâmpagos aéreos.

Fora do meu distrito,

Envolvido em mistérios.

O prumo das estátuas mudei.

De São Jorge o cavalo animal.

Meus braços levantarei

Pedindo o juízo final.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 22/09/2010
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