pobre de mim

na minha eterna impaciencia

vou tirando a tua roupa

com pressa

peça por peça

contra a tua terna resistencia

de mentira

se esfrega no meu corpo

suspira

me come vivo

com os olhos

me arranca pedaços da alma

com as mãos

como se desfolhasse uma flor

pétala por pétala

como se me envenenasse

lentamente

gota por gota

até que chegasse o meu fim

como se me amasse tanto

dia após dia

como se fosse

eternamente assim

pobre de mim

tão dependente

tão sem defesa

meus braços fracos

mortos de vez

já não te abraçam

enquanto os teus

em chamas

já me caçam

pela cama

outra vez

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 22/09/2010
Reeditado em 13/10/2010
Código do texto: T2513238