A despedida.
Achei-te estranha,
O ton da tua voz.
Alguma coisa
Adverte-me.
Algo no ar me espanta.
Monocórdica,monosilábica.
Dialogo sêco feito a arvore
No caminho de São Tomé.
Lembrei-me das penhas,
Dos cactos.
Do lagarto de Jumirím
Na porta do buraco.
Desconfiado e pensativo
Parecia refletir sobre os anos
Que carrega.
Porque não tornas a sorrir,
A cantar, feito o gaturâmo
No brôto do banbu.
O que será ?
Ave prizioneira. Voa a porta esta aberta.
Sai deste abrigo de tristezas.
Toma a direção agora.
Alça vôo para onde o sol + brilha.
Olha, o tempo passa.
Será que é o que te apavora?
Permita-me dizerte,ainda umas palavras.
Fugir do tempo é uma utopia.
Tens que trabalha-lo a cada instante.
A aranha tece e retece a teia.
Durante o entardecer
A briza e os orvalhos a desmanchan
Nas manhãns.
A vida é cheia de Cíclopes.
Tens que retezar o arco.
Assim é a vida.
Mas... tens que partir.
Vai agora.
Já estão guardados
Os melhores momentos.
O nosso amor o teu olhar.
Os dias as noites,
E todas as auroras.