A despedida.

Achei-te estranha,

O ton da tua voz.

Alguma coisa

Adverte-me.

Algo no ar me espanta.

Monocórdica,monosilábica.

Dialogo sêco feito a arvore

No caminho de São Tomé.

Lembrei-me das penhas,

Dos cactos.

Do lagarto de Jumirím

Na porta do buraco.

Desconfiado e pensativo

Parecia refletir sobre os anos

Que carrega.

Porque não tornas a sorrir,

A cantar, feito o gaturâmo

No brôto do banbu.

O que será ?

Ave prizioneira. Voa a porta esta aberta.

Sai deste abrigo de tristezas.

Toma a direção agora.

Alça vôo para onde o sol + brilha.

Olha, o tempo passa.

Será que é o que te apavora?

Permita-me dizerte,ainda umas palavras.

Fugir do tempo é uma utopia.

Tens que trabalha-lo a cada instante.

A aranha tece e retece a teia.

Durante o entardecer

A briza e os orvalhos a desmanchan

Nas manhãns.

A vida é cheia de Cíclopes.

Tens que retezar o arco.

Assim é a vida.

Mas... tens que partir.

Vai agora.

Já estão guardados

Os melhores momentos.

O nosso amor o teu olhar.

Os dias as noites,

E todas as auroras.

Hermes Brasil
Enviado por Hermes Brasil em 22/09/2010
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