Já fui de tudo um pouco
permeando vidas distintas de amores tantos
Já fui rosa desprendida, solitária e recolhida
Borboleta entristecida, a vestir-me de desencantos...

Hoje, avanço os campos floridos
entre os mares infinitos que já fui
na rota contínua dos ventos
onde caminham meus vãs pensamentos

Hoje carrego em mim a sutileza de um canto
na voz suavizada de acalanto
Nos olhos o amor e todos os meus planos
Nos lábios sedentos de ti, vida!

Hoje sou o tudo que não fui antes
pois já não carrego em mim as dores errantes
Sigo o tempo a traçar os caminhos
que já não são passos sozinhos

Onde um largo sol rubro me orienta
mais leve e fatal rosa desabrochada
de carinhos perpetuados, já enluarada
Vivo o cio  de poesias enamoradas

Hoje carrego na face as tuas marcas
na pele a saudade aflorada 
em letras sublimes, perfumadas!
Hoje sou a própria vida, respirando poesia!




Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 22/09/2010
Reeditado em 03/12/2010
Código do texto: T2512781
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