Retrato em preto e cinza
O desamor tem cor escura
Nos sombrios domínios da razão
Corrói a alma, tornando-a impura
Contaminando, irremediavelmente, o coração.
Terrível é a insensibilidade
Que desumaniza e embrutece
Impedindo o exercício da solidariedade
O que, certamente, ao céu entristece!
Um deserto onde se consome a vida
Debilmente, sem nenhuma possibilidade
Ronda o funesto na região esquecida
Perdida entre os anéis da idade
Sem trégua persegue o predador
Num consentimento perverso
Dos que ignoram a imensa dor
Que lateja em espaços do universo
O egoísmo é ave de rapina
Impiedosa, cruel e matreira
Algoz que a vítima desatina
Por tornar-se inseparável companheira.
Pequena vida grandiosa
Condenada ao esquecimento
E sendo a humanidade ociosa
É incapaz de atenuar um sofrimento
Um cenário quase aterrador
Inspirando a reflexão
Atiça o fogo do que se diz amor
E arranca do torpor a ilusão!
Há de existir um novo caminho
Que interfira em destino tão cruel
O homem não nasceu para viver sozinho
E nem a terra, para se isolar do céu!
Priscila de Loureiro Coelho
Consultora de Desenvolvimento de Pessoas