MEIA CULPA
É meia-noite em meia noite
Meio copo de sorte
Meio destino o que será de mim?
É meio-dia no sertão
É meio mundo no peito
É quase um dia no cotidiano da ilusão
É meio querer essa vontade inteira
O sonho quase um meio para a dor sem jeito
E o que fazer de mim se nada faço
E quando faço é fim, é quando quero enfim
Não abro os olhos, não abro a boca
Não pratico o beijo, não humilho o medo
Humilhado por mim
E a minha sede esta naquele rio
De pernas e sexos latejando a vergonha
Contida, pulsando feito falo esfolado
Pela raiz na gruta do desejo