Adeus

quando cada célula

te empurra pra nenhum lugar

algo onde a solidão

fosse a floresta

sumir sem adeus

sem misérias

sumir sem pretender

qualquer eu lhe amava

fugir por ser fugitivo

sem abrigo

ah o mundo um abrigo

um abraço em cada por do sol

quando cada metáfora

pede uma canção

e sem plateia

mais uma canção

e o violão

conversando baixo

na luz da lua

e ser o silêncio no seu quarto

fugir pelo fato de nascer

fugitivo sempre e pra sempre

e por sempre estar a procura

encontrar algo que não se procurava

e sumir

sempre e pra sempre

eu e você que sou outro eu

dentro desse e daquele

do uniforme listrado

coração listrado

como meu pai assim o fez

fugiu para dentro de tudo

quando cada célula

te empurra

pra dentro do abismo

seja feita a nossa vontade

ser o trovão e a tormenta

ser cada passo

cada curva cada escuridão

simples

como dizer Adeus

AbnerSohel
Enviado por AbnerSohel em 21/09/2010
Código do texto: T2511876
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