VIVI

Esse gosto de passado

A flutuar sobre meu rosto

Essa luz das palavras

Insiste em abrir os vãos da memória

Esse prazer da poesia

A cantar canções e hinos de nostalgia

Esse saber que nada sabe

E a plenitude de ver um rosto a bel prazer

Essa teima

Essa coisa queima

Há pássaros sobrevoando

As paisagens do outono

E ciscos de sol emaranhando-se

De tal maneira ouro

Que fazem retinir os sons de incontáveis capelinhas

Em cujas calçadas passeiam as mulheres

Essas figuras na mente se misturam

Córregos refletem cenas

Olhares

Manhãs de uma cidade

Dessas ruas apartadas de mim

Essas coisas sobre as quais me vem a certeza

Vivi